
Quisera eu ser mais suave, mais leve em meus sentimentos e ações. Ser mais leve e sutil no meu modo de agir.
Mas não, eu insisto em ser intensa, em me fazer presente com força em tudo o que faço.
E isso não é bom?
Sim por um lado, pois estou entregue íntegra à tudo que me dedico a fazer e viver. Porém por outro lado, esse estar por inteiro em algo é arriscado demais , e este estar com firmeza e não com suavidade é mais perigoso ainda. Pois por inteiro entrego meus sentimentos, e os vivo intensamente, tudo o que é bom ou ruim.
E ser suave, leve ao sentir, é tão mais fácil para quem sabe e consegue dosar . Pois se sofre menos, mas será que não se vive menos também?
As vezes prendo este ser pesado e intenso que vive em mim, e liberto o pedacinho sutil que se esconde e não sabe aparecer.
E aí percebo então que este pedacinho sutil não sou eu, ele não exige nada, fala pouco e não faz barulho algum. Este pedacinho escuta e não discute com ninguém, e não sente nem a mais , nem a menos do que a realidade apresenta.
Depois de algum tempo percebo que este pedacinho realmente não pertence a mim. É nada a menos que uma fantasia que visto para ser o que eu gostaria de ser, mas que não sou.
E quando me liberto desta fantasia, me vejo nua de meus sentimentos, mas na primeira oportunidade eles se revelam novamente intensos, inteiros e amplificados.
E novamente estou eu por inteira, mas longe da suavidade que tanto almejo.
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